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2015/21/10
Risco País e Estudos Económicos

Estoque de IED totaliza US$ 37 bi

Benoit Trivulce - Ubifrance (divulgação)

Presente nos mais variados segmentos da economia brasileira, da indústria de ponta ao varejo do setor energético ao financeiro, o estoque de investimentos franceses no Brasil soma cerca de US$ 37 bilhões e um total de 500 mil postos de trabalho. Com isso a França ocupa o quinto lugar no ranking por país de Investimento Direto Estrangeiro (IDE).

A crise tem trazido ao Brasil representantes da diplomacia francesa, que vêm reafirmar o interesse de longo prazo, ao mesmo tempo em que abre a possibilidade para novas aquisições e rodadas de investimento, principalmente no segmento industrial, aproveitando o enfraquecimento da moeda brasileira. "Diante da conjuntura de crise e da disparada do dólar, empresários franceses têm vindo para entender o que se passa, mas também atrás de novas possibilidades, diz Stephane Tabarie, conselheiro econômico da França no país, baseado na embaixada em Brasília.

Tabarie destaca que, mesmo no ano passado, com as incertezas do cenário eleitoral e deterioração da economia, o mercado brasileiro foi relevante para a internacionalização francesa. "No ano passado, o Brasil ficou em quinto lugar entre os países que mais receberam capitais franceses, tendo sido de longe a economia emergente que mais atraiu investimentos", diz o diplomata.

Tabarie cita o caso da Alstom, que recentemente inaugurou duas fábricas, uma em Minas e outra em São Paulo, como um exemplo da disposição francesa para seguir apostando suas fichas aqui. E o investimento anunciado de R$ 1 bilhão pela Engie, ex-GDF Suez, do setor energético e capital franco-belga, a ser realizado em 2016.

A frente da subsidiária brasileira do BNP Paribas, Sandrine Ferdane chama a atenção para a presença "madura" do banco no país, com representação no país há 65 anos e há 20 com licença do Banco Central para atuar no sistema financeiro brasileiro. "Os franceses são pacientes, ao contrário de outras empresas que atuam com a política do 'stop and go'. Temos uma história de longo prazo, por isso é preciso ser sólido e ter rentabilidade para enfrentar a atual fase de recuperação da economia", diz Sandrine. "Somos o segundo gestor internacional de ativos no país, administrando uma carteira de R$ 30 bilhões, além de atuarmos como banco de investimento", diz a executiva. Nos últimos anos, o BNP Paribas manteve a sua atuação nas captações externas feitas por empresas brasileiras no mercado internacional, mas também ampliou a presença nas emissões de títulos no mercado brasileiro, em reais. "Alêm de sermos o banco das empresas francesas que decidem investir no Brasil, também procuramos ajudar as brasileiras na Europa", diz Sandrine.

Também no segmento financeiro, no país desde 1997, a Coface atua e tem ajudado a formatar o segmento de seguro de crédito no mercado financeiro brasileiro, com apólices que protegem os credores da possibilidade de default em operações de financiamento. Atualmente, 70% do faturamento anual de RS 120 milhões no país decorrem de operações de crédito feitas em reais, o            restante das operações sendo ligadas às exportações.

A Coface do Brasil domina o segmento no Brasil. "Temos um market share de 45% no seguro de crédito feito no Brasil, o que significa uma presença marcante", informa Marcele Lemos. presidente da Coface do Brasil, que conta com uma participação minoritária do Banco do Brasil e do BNDES, que juntos detém 25% do capital na operação brasileira da companhia.

"Como esse mercado ainda é pouco conhecido, temos feito parcerias com bancos locais, fundos de recebíveis, câmaras de comércio e associações de classe para divulgar as vantagens dos seguros de crédito, particularmente importante nos momentos de maior incerteza". afirma Marcele.

Mesmo empresas de menor porte têm se aventurado pelo mercado brasileir, caso da pequena MCA, uma empresa familiar originária da região da Bretanha, no oeste da França, onde possui apenas 50 funcionários. Com representação no país desde 2009, sua especialidade é realizar o projeto e a instalação de linhas de produção automatizadas para embalar alimentos e outros produtos perecíveis a serem comercializados em redes de varejo.

Diretor da agência oficial de investimentos Business France (Ubifrance) em São Paulo, Benoit Trivulce recebe anualmente 400 companhias francesas que buscam informações sobre o país. "Não vimos uma diminuição no interesse dos franceses. Apesar da crise, muitos seguem interessados em vir para cá como uma opção estratégica de longo prazo", diz Trivulce.

 

Por: Luiz Antonio Cintra
Foto: divulgação

 

Fonte: Valor Econômico, 21 de outubro de 2015.

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