Notícias & Publicações
2022/18/05
Risco País e Estudos Económicos

As empresas chinesas registram os maiores atrasos de pagamento

Coface China Corporate Payment Survey: Increasing risks in supply chain disruptions and rising raw material prices. Aerial view of Shenzhen, China.

A pesquisa de pagamentos corporativos da Coface China  mostra que menos empresas enfrentaram atrasos em pagamentos em 2021, mas aqueles que relataram períodos mais longos de pagamentos atrasados do que no ano anterior. O prazo medio de pagamento aumentou de 79 dias em 2020 para 86 dias em 2021. Empresas em 9 dos 13 setores reportaram um aumento no atraso de pagamentos, liderado pelo setor agroalimentar, o qual registrou o recorde de maior incremento chegando a 43 dias, seguido pelo setor de madeiras, trasportes e textil. 

 

Mais empresas estão reportando atrasos ultralongos em prazos de pagamentos (ULPD  em inglês) os quais são pagamentos atrasados em mais de 6 meses, aumento de 15% para 19% em 2021. Ainda mais preocupante, houve um aumento significante naqueles que enfrentavam (ULPD) maiores a 10% do seu faturamento anual, saltando de 27% em 2020 para 40% em 2021, em destaque notável setores agroalimentares e de construção.

 

Com o crecimento econômico da China projetado para diminuir em 2022, menos impresas esperam uma melhoria nas vendas e no fluxo de caixa. 

 

A Coface espera que o crescimento do PIB da China desacelere para 4,8% em 2022, depois de um forte 8,1% em 2021, dado que a economia chinesa continua enfrentando ventos contrários ao crescimento, incluindo; uma retração do setor imobiliário, as buscas de politica de COVID ZERO, recuperação moderada do consumo e preço mais altos das commodities. 

 

Bernard Aw, Economista da Coface na Asia Pacifica comentou:

“A ultima pesquisa da Coface sobre os pagamentos corporativos na China mostrou que as condições de credito oferecidas pelas empresas chinesas seguem apertadas, apesar da recuperação da economia chinesa em 2021, tendo em consideração que as empresas continuam cautelosas devido a pandemia ainda em curso. O maior corte foi feito na energia  e na agroalimentação (-23 dias cada) refletindo diretamente os crescentes riscos de credito ligados ao aumento dos preços das matérias primas.

 

Embora menos empresas tenham relatado problemas em pagamentos, houve um aumento na proporção de entrevistados que relataram que os atrasos de pagamentos haviam aumentado, de 36% em 2020 para 42% em 2021, o maior aumento desde 2016. A agroalimentaça6o relatou o maior aumento em atrasos médios antes 43 dias para um salto de 88 dias. Foram relatadas tendencias ascendentes eno setor de madeiras (+20 dias), transporte (+18 dias) e têxtil (+16 dias), destacando-se o impacto de uma demanda interna mais lenta devido as rígidas restrições do rígido distanciamento social na China.

As empresas chinesas estão menos otimistas em relação as perspectivas econômicas da China, com 44% dos entrevistados prevendo que as vendas melhorem este ano, contra 65% em 2020, enquanto as que preveem um melhor fluxo de caixa caíram quase que metade de 50% em 2020 para 27% em 2021. O aumento do preço das matérias primas, o enfraquecimento da demanda do mercado e a pandemia em curso foram fatores chave, conforme relatado pelos entrevistados.

 

O recente surto de Omicron exige mais controle da COVID na China e agravará as rupturas de abastecimento e fornecimento global. A Coface espera que as inadipplencias e insolvências de títulos corporativos na China aumentem em 2022, especialmente entre os setores que acumularam maiores riscos de fluxo de caixa em 2021 devido a pandemia."

 

 

Atrasos em pagamentos: O aumento do preço das matérias primas tornase um fator chave na demora dos pagamentos

Menos empresas sofreram com atrasos em pagamentos em 2021, com 53% dos respondentes relatando pagamentos em atraso, contra 57% em 2020. Entretanto, o atraso médio dos pagamentos aumentou de 79 dias em 2020 para 86 dias em 2021. A construção continou experimentando os maiores atrasos de pagamentos com 109 dias, seguido por 99 dias no setor transporte.

Ainda mais preocupante, a proporção de respondentes com atrasos de pagamentos ultra longos (ULPD) excedendo 2% do faturamento anual aumentou de 47% em 2020 para 64% em 2021. A construção continua sendo o setor com a maior proporção (56%) de entrevistados que relatam ULPDs excedendo 10% do seu volume de negócios anual. De acordo com a experiencia da Coface, 80% dos ULPDs nunca são pagos. Quando eles constituem uma parte do faturamento anual acima de 2% o fluxo de caixa de uma empresa pode estar em risco.

A principal razão por tras desses atrasos continuam sendo as dificuldades financeiras dos clientes, destacadas por quase três quartos dos entrevidtados que indicam atrasos de pagamento. As dificuldades financeiras foram causadas principalmente pela feroz concorrência que afetou as margens (36%) mas também em maior grau em 2021 pelo aumento dos preços das matérias primas (23% vs 10% em 2020) e por uma desaceleração no crescimento do mercado laboral ( 16% vs 10% em 2020). Isso reflrete o aumento dos preços das commodities, o que pressiona os custos operacionais que afetam diretamento o fluxo de caixa das empresas.

 

 

Expectativas econômicas: Expereança, mas riscos significativos de crescimento permanecem

Olhando para o futuro, a maioria dos entrevistados continuaram esperançosos quanto as perspectivas econômicas no ano seguinte, embora a participação dos otimistas tenha diminuído de 68% contra 73% no ano anterior.

As expectativas sobre as vendas e o fluxo de caixa eram menos sanguinolentas,o que pode estar ligado a uma dinâmica afunilada de recuperação a medida que as empresas se aproximam das condições pre pandêmicas. A porcentagem de entrevistados que antecipam melhores desempenhos de vendas no próximo ano diminui de 65% em 2020 para 44% em 2021, enquanto aqueles que preveem um melhor fluxo de caixa caíram quase pela metade de 50% em 2020 para 27% em 2021. O aumento dos preços das matérias primas, o enfraquecimento da demanda do mercado e a continua pandemia foram fatores chaves destacados pelos entrevistados que esperavam um desempenho de vendas mais fraco.

A Coface espera que o crescimento do PIB da China desacelere para 4,8% em 2022, após um forte 8,1% em 2021, uma vez que a economia chinesa continua a enfrentar ventos significativamente adversos ao crescimento, incluindo uma queda no setor imobiliário, a busca de políticas de COVID zero, uma recuperação moderada do consumo e preços mais altos de commodities.

 

 

 

Cadeias de fornecimento globais que provavelmente permanecerão apertadas

Espera-se que os efeitos da crise Rússia-Ucrânia e as medidas zero de COVID da China causem outro impacto nas cadeias de abastecimento globais. Com o papel proeminente desempenhado tanto pela Rússia quanto pela Ucrânia nos mercados globais de energia e alimentos, a crise é um risco significativo para o fornecimento de tais commodities. A Rússia é o segundo e terceiro maiores produtores mundiais de gás e petróleo, respectivamente. É também um grande produtor de metais estratégicos, tais como paládio, níquel e cobre. Estes metais são utilizados nas indústrias automotiva e aeronáutica, enquanto o cobre é um metal importante para o setor de construção. Ambos os países são importantes exportadores de certas commodities agrícolas, notadamente para óleo de girassol e açafroa (75% das exportações globais em 2019 combinadas), trigo (29%), grãos grossos (20%) e milho (19%). As sanções às commodities russas, incluindo uma proibição de importação de produtos russos brutos e refinados pelos Estados Unidos, Reino Unido, Canadá e Austrália, bem como as restrições de importação da União Européia (UE) sobre o ferro e o aço russos, suscitaram receios de uma disponibilidade reduzida para tais produtos, resultando no aumento dos preços. As sanções financeiras a vários bancos russos e as restrições ao acesso ao dólar americano poderiam afetar os fluxos comerciais agrícolas. As interrupções nas rotas comerciais também aumentaram as preocupações com o aumento dos preços e atrasos nas entregas.
Embora a China tenha mudado de uma estratégia estrita de COVID zero para uma abordagem "dinâmica" a fim de minimizar os impactos adversos na economia chinesa, os efeitos negativos, decorrentes de medidas implementadas para conter surtos em todo o país, permanecem. Os lockdowns em Shenzhen e Xangai, em março e abril, impactaram as operações normais dos serviços logísticos e de armazenagem no lado de terra, apesar das operações portuárias continuarem a funcionar. Isto já intensificou a pressão sobre as cadeias de abastecimento durante o mês de março. O índice de prazos de entrega dos fornecedores PMI da China caiu para um mínimo de dois anos em março de 2022, refletindo o agravamento dos atrasos na entrega. Da mesma forma, o Índice de Prosperidade da Indústria Logística da China também caiu para o mais baixo desde fevereiro de 2020, com o setor de logística afetado pela propagação da pandemia em várias partes do país, onde medidas diferenciadas de gerenciamento da pandemia interromperam a distribuição trans-regional e a capacidade de manter um fluxo suave.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A pesquisa de pagamentos corporativos da Coface China[1] mostra que menos empresas enfrentaram atrasos em pagamentos em 2021, mas aqueles que relataram períodos mais longos de pagamentos atrasados do que no ano anterior. O prazo medio de pagamento aumentou de 79 dias em 2020 para 86 dias em 2021. Empresas em 9 dos 13 setores reportaram um aumento no atraso de pagamentos, liderado pelo setor agroalimentar, o qual registrou o recorde de maior incremento chegando a 43 dias, seguido pelo setor de madeiras, trasportes e textil.

 

Mais empresas estão reportando atrasos ultralongos em prazos de pagamentos (ULPD  em inglês) os quais são pagamentos atrasados em mais de 6 meses, aumento de 15% para 19% em 2021. Ainda mais preocupante, houve um aumento significante naqueles que enfrentavam (ULPD) maiores a 10% do seu faturamento anual, saltando de 27% em 2020 para 40% em 2021, em destaque notável setores agroalimentares e de construção.

 

Com o crecimento econômico da China projetado para diminuir em 2022, menos impresas esperam uma melhoria nas vendas e no fluxo de caixa.

 

A Coface espera que o crescimento do PIB da China desacelere para 4,8% em 2022, depois de um forte 8,1% em 2021, dado que a economia chinesa continua enfrentando ventos contrários ao crescimento, incluindo; uma retração do setor imobiliário, as buscas de politica de COVID ZERO, recuperação moderada do consumo e preço mais altos das commodities.

 

[1]A pesquisa de pagamento do corporativo Coface na China foi realizada entre novembro de 2021 e janeiro de 2022 , no qual participaram mais de 1000 empresas de 13 grandes setores, localizadas principalmente na China.

Transferir este comunicado de imprensa : As empresas chinesas registram os maiores atrasos de pagamento (401,41 kB)
Início