A depreciação do yuan, medidas de fluxo de capital e nova política monetária: Quais são as implicações para as empresas chinesas?

A depreciação potencial do Yuan associada à implantação de medidas de fluxo de capital, são preocupações habituais para a China. O país anunciou recentemente sua política monetária de “prudência e neutralidade” (a qual foi ratificada durante o congresso nacional do Povo) e agora é um ponto de atenção adicional.

Independentemente do impacto derivado dos Estados Unidos, espera-se que o Banco Popular da China, reforce sua política monetária, deslocando o intervalo da taxa de juros, com uma margem esperada entre 20 ~ 30 pontos base, principalmente para conter os riscos ficais e as bolhas de ativos. Isto poderia significar maiores custos de financiamento para as empresas chinesas e eventualmente se traduziria como um forte golpe para a tão esperada redução das dívidas corporativas. Também poderia implicar em maiores riscos creditícios para as empresas chinesas, especialmente para aquelas com dificuldades financeiras.

Com a prudência nas políticas monetárias e as medidas de fluxo de capitais implantadas pelas autoridades chinesas, é muito provável que o Yuan continue com sua depreciação a um ritmo ligeiramente mais lento, de 3% a 5% até o final de 2017. Portanto, é muito provável, que a saída de capitais continue ocorrendo.

Resumidamente, as empresas chinesas devem ter um ano desafiador pela frente, com altos custos para empréstimos (em meio aos aumentos das taxas de juros) e um mercado mais competitivo (com a abertura de mais mercados a empresas estrangeiras).  Algumas empresas devem enfrentar maiores custos de importação, devido à depreciação do Yuan.  Todos estes fatores provavelmente pesarão na rentabilidade das empresas chinesas, embora uma recuperação na demanda externa poderia ser um amortecedor, se não interrompida por medidas protecionistas de mercado.