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2016/12/09
Publicações Económicas

A indústria farmacêutica nos Estados Unidos

A indústria farmacêutica nos Estados Unidos

A indústria farmacêutica nos Estados Unidos enfrenta dois cenários para seus negócios: O “Otimista” e o “Pessimista”.

 

  • A Lei de Proteção e Cuidado ao Paciente (ACA) ajuda a balancear a relação entre seguradoras e segurados, mas não aborda o problema dos preços.
  • Eleições presidenciais nos EUA: Medidas para diminuir o preço dos remédios prescritos.
  • É esperado um aumento de +9,3% nos preços de remédios prescritos ainda em 2016.
  • O setor farmacêutico nos Estados Unidos foi classificado como “baixo risco”
  • Uma queda nos preços é esperada no longo prazo, com consequências negativas para as empresas farmacêuticas.

 

 

Apesar do forte investimento público e privado, os indicadores de saúde nos Estados Unidos estão abaixo da média, comparado com os 12 países mais avançados.

 

A implantação gradual da lei de proteção e cuidado ao paciente (ACA) melhorou o acesso da população á seguros de saúde com custos razoáveis. Outro ponto crucial em pauta os programas de governo dos candidatos á presidência dos EUA é a redução dos preços de medicações prescritas. Três em cada cinco falências pessoais nos Estados Unidos são devidos á débitos relacionados á saúde, as coberturas dos planos de saúde continuam sendo desiguais e, diferente de outros países desenvolvidos, as farmacêuticas podem definir livremente o preço das medicações. A justificativa deles para isso é o alto custo gasto em pesquisas e desenvolvimento e o tempo relativamente curto de duração dos direitos de patentes mundiais. Apesar do choque na economia americana em 2008-2009, os preços das medicações continuaram aumentando, sem nenhum período de recesso.

 

Atualmente os EUA são os lideres entre os países desenvolvidos, em termo de recursos investidos no sistema de saúde (17,1% do PIB em 2014). Mesmo assim, os resultados estão bem abaixo dos padrões ocidentais1: a expectativa de vida é mais baixa, a taxa de obesidade é o dobro dos demais, a mortalidade infantil é mais alta e existe uma alta incidência de pelo menos duas doenças crônicas entre os idosos.

 

 

Um cenário de redução nos preços de medicamentos é improvável no curto prazo.

 

Para o governo federal é difícil controlar o preço das medicações (ao contrario do sistema público Europeu), devido ao cenário fragmentado de contribuintes e seus baixos poderes de negociação. Adicionalmente, a lei de proteção e cuidado do paciente (ACA) cobre apenas o desenvolvimento de coberturas de planos de saúde e não tem o objetivo de reduzir o preço das medicações.

 

A Coface prevê dois cenários do preço de medicamentos nos Estados Unidos.

 

No curto prazo, a Coface prevê um aumento de 9,3% no final de 2016 (seguindo um crescimento de 7,2% em 2015 e 8,5% em 2014), devido principalmente á chegada ao mercado de novas mediações que são extremamente caras.  Dentro deste contexto favorável para a indústria farmacêutica, a Coface classificou o setor farmacêutico nos Estados Unidos como “baixo risco”.

 

No longo prazo, considerando a premissa que o sistema de saúde passará por uma reforma (uma possibilidade que vem sendo cada vez mais discutida), a potencial redução nos preços teria um impacto positivo nos pacientes, mas diminuiria a rentabilidade das empresas. Um exemplo que demonstra esse ponto é que se os preços Franceses (que são os menores preços praticados na Europa) fossem aplicados nos Estados Unidos, à receita do medicamentoHarvonicairia 45%.

 

Os efeitos em Pesquisa & Desenvolvimento também seriam significantes. Considerando que os custos de trazer uma molécula ao mercado custa entre US$ 1 e US$1.5 bilhões, a redução de preço poderia provocar reduções significativas nos gastos com Pesquisas & Desenvolvimento. O impacto seria ainda maior se as empresas tivessem um rastro grande na Europa (onde os preços são fixados pelo sistema público de saúde), e isso reduziria ainda mais os investimentos em P&D.

 

 

[1] Média de Indicadores de 12 países desenvolvidos: Alemanha, Austrália, Canada, Dinamarca, França, Holanda, Japão, Noruega, Nova Zelândia, Reino Unido, Suécia e Suíça.

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