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2016/26/10
Publicações Económicas

Barômetro - Novos rebaixamentos desencadeados pelo Brexit e a queda das receitas de petróleo.

Barômetro - Novos rebaixamentos desencadeados pelo Brexit e a queda das receitas de petróleo.

Outras vítimas do choque do petróleo

 

O alto nível de incertezas na economia global está afetando a saúde financeira das empresas. Dois fatores principais continuam impactando a situação.

 

Em primeiro lugar, o baixo índice de comércio global significa que uma recuperação expressiva no crescimento é improvável.

Entre os países desenvolvidos, como a Zona do Euro, onde o consumo doméstico continua baixo – a previsão de médio prazo é de crescimento estável, com 1.6% em 2016 e 1.5% em 2017.  A situação atual dos Estados Unidos não incentiva as empresas a criarem novos postos de trabalho. No Japão, apesar de novas politicas fiscais para compensar o baixo investimento privado, as previsões continuam sob pressão. No entanto, entre as economias emergentes é esperada uma melhora, com o crescimento do PIB em 3.7% em 2016 e 4.2% em 2017. Essa mudança será suportada por Brasil e Rússia, que sairão da recessão em 2017, demonstrando uma recuperação nos indicadores financeiros e inflação baixa, já que ambos os países atingiram o seu ponto mais baixo.

 

Em segundo lugar, o preço do petróleo continua sendo um fator chave para economias emergentes. Apesar do acordo “histórico” de cotas de produção da OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), são esperados apenas ganhos moderados para o índice Brent, a Coface estima US$ 44 em 2016 e US$ 51 em 2017. O retorno do equilíbrio entre oferta e demanda ainda irá demorar um tempo considerável. Com base nestas observações, foram feitos diversos rebaixamentos nas avaliações de vários países que dependem de commodities:

 

  • Omã (B) está enfrentando um drástico declínio nos gastos públicos, o que impacta os investimentos;
  • Trinidad e Tobago (B) está passando por uma forte queda na produção de gás natural e de petróleo bruto, agravado por campos de petróleo que atingiram a maturidade e a manutenção em alguns campos de produção;
  • Nigéria (D) está em recessão e teve suas reservas em moeda internacional esgotadas. Isso afeta a produção industrial, devido às dificuldades de importações.
  • Mongólia (D) foi impactada pela desaceleração da economia Chinesa, que absorvia quase 90% de suas exportações, bem como pelos preços fracos das commodities. O país está a beira uma crise na balança de pagamentos.

 

O Reino Unido foi rebaixado em meio as incertezas do Brexit

 

A Europa está desestabilizada pelos riscos políticos e bancários.

Embora os riscos políticos prevaleçam na Grécia, Espanha e Itália, o Brexit continua sendo o fator chave. Embora o Reino Unido possa crescer 1.9% neste ano, para 2017 deve atingir apenas 0.9% - mesmo com o corte feito na taxa básica de juros em Agosto e o cenário favorável com a antecipação das negociações com a União Europeia. Além disso, os riscos do setor imobiliário precisam ser monitorados, com as altas dividas das famílias com hipoteca (132% da renda disponível) e 34.6% de sobrevalorização dos preços. Neste contexto incerto, e com as condições de saída da União Europeia ainda não definidos, a Libra Esterlina continua volátil e em forte depreciação, principalmente em comparação ao dólar.

A falta de visibilidade no curto prazo não afeta apenas a confiança na economia do país, mas também em toda a Europa. Portanto, a Coface rebaixou a avaliação do Reino Unido para A3.

Entretanto, as empresas podem se beneficiar da forte queda da moeda, que atingiu o menor patamar em 31 anos comparado com o dólar no começo de Outubro. Embora as exportações possam ser beneficiadas, isso impacta negativamente o consumo privado, devido á inflação.

 

Além do Brexit, a saúde financeira de alguns bancos também são motivos de preocupação, foram realizados alguns testes que destacaram as dificuldades enfrentadas por diversos bancos, principalmente na Itália e Alemanha.

 

 

 

Faça o download do Country Risk Map - 3rd quarter 2016.

 

 

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