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2018/27/01
Publicações Económicas

​CONFERÊNCIA RISCO PAÍS 2018: A RECUPERAÇÃO CONTINUA, MAS AS EMPRESAS AINDA TEM RISCOS RELACIONADOS AO AQUECIMENTO DA ECONOMIA.

​CONFERÊNCIA RISCO PAÍS 2018: A RECUPERAÇÃO CONTINUA, MAS AS EMPRESAS AINDA TEM RISCOS RELACIONADOS AO AQUECIMENTO DA ECONOMIA.

No fim de janeiro foi realizado em Paris o evento “Country Risk Conference”, que reuniu especialistas do mundo das finanças, pesquisas e negócios. Na ocasião, os participantes analisaram o ano de 2017 e debateram as principais tendências econômicas para 2018.

 

2018 rumo AO CRESCIMENTO GLOBAL

O ano de 2017 começou com diversas ameaças de protecionismo e foi pontuado por numerosas eleições e crises políticas, mas também aconteceram algumas surpresas econômicas agradáveis durante o ano. Apenas 13 países encerraram o ano em recessão, em comparação com 25 em 2016. O comércio global fez um salto espetacular (crescendo 4,4% em 2017 de acordo com as previsões da Coface, após + 1,5% em 2016), enquanto os riscos associados ao protecionismo não aconteceram: o número líquido de medidas protecionistas em todo o mundo atingiu 283 em 2017 (contra 374 em 2016), apesar de aumentar nos Estados Unidos. Os negócios foram maiores que o esperado nos Estados Unidos, Europa e vários países emergentes, onde foi apoiado pelo aumento gradual do preço de várias commodities. Melhorando desta maneira a avaliação do risco país para Brasil (B) e Egito (B).

Entre os vencedores da aceleração no comércio global, tivemos várias economias abertas, cujas avaliações nacionais melhoraram: Holanda (A1), Coréia do Sul (A2), Taiwan (A2), Cingapura (A2) e Hong Kong (A2). A Grécia foi beneficiada com o retorno da confiança dos consumidores e das empresas e deixou a categoria C (alto risco) para B (risco razoavelmente alto).

 

Apesar de o risco político permanecer alto, a Coface melhorou as avaliações para a Ucrânia (agora em C), a Moldávia (C) e a Geórgia (B) que estão desfrutando de um bom crescimento após a recuperação da Rússia e a clara recuperação na Europa. O Cazaquistão (B) está se beneficiando do aumento da produção de petróleo e do investimento público relacionado ao projeto "New Silk Road" da China.

 

Em 2018, o crescimento global poderá atingir um novo pico (Coface prevê + 3,2%). Nos países emergentes, é esperado que a recuperação seja mais forte (com crescimento de 4,6% de acordo com nossas previsões) e acima de tudo mais sincronizada. Em países avançados, a tendência descendente das insolvências continua, mas está começando a desacelerar (a redução prevista é de apenas 1,8% em 2018, após uma queda de 6% em 2017), já que muitos países já retornaram aos níveis anteriores à crise. O Reino Unido verá um aumento das insolvências (até 10% de acordo com nossas expectativas) em um contexto de persistentes incertezas políticas.

 

OS TRÊS MAIORES RISCOS DE 2018

Esta melhora global não estará livre de riscos. Elencamos abaixo os três maiores riscos:

 

1.  Maiores restrições de oferta nas economias avançadas.

A partir do segundo semestre, a questão do superaquecimento do mercado será particularmente relevante para empresas de países avançados. Níveis historicamente baixos de desemprego na Alemanha, Estados Unidos e Europa Central indicam que as empresas estão próximas da sua capacidade máxima de produção. Este problema de oferta é compartilhado com as empresas francesas, as quais, paradoxalmente, enfrentam problemas de escassez de mão-de-obra, apesar do alto nível de desemprego, o que poderia limitar seu crescimento.

 

2.  O RISCO BANCÁRIO AINDA PRESENTE NA CHINA

Temporariamente oculto em 2016 e 2017, como resultado do investimento público, as fragilidades estruturais da economia chinesa estão reaparecendo: o excesso na produção de aço e o endividamento elevado das empresas, sob a forma de crédito bancário e de sistemas bancários “paralelos”. Neste contexto, o risco bancário aumentou significativamente, especialmente para os bancos de pequeno e médio porte.

 

4.  O RISCO POLÍTICO SOB ALERTA, EM UM ANO ELEITORAL AGITADO.

O ressurgimento do risco político não pode ser excluído em 2018. A frustração social ainda é elevada nos países emergentes no início de um ano cheio de eleições, e é acompanhada por alta no índice Coface de risco de conflitos sociais da Coface: No Irã (71%), no Líbano (65%), na Rússia (64%), na Argélia, no Brasil e México (61% cada). No Oriente Médio, o risco é exacerbado pela volatilidade dos preços do petróleo. A Arábia Saudita também está marcada com uma alta neste quesito (65%), tendo sua avaliação de risco país rebaixada pela Coface para C.

 

VÁRIOS SETORES ESTÃO SE RECUPERANDO, COM EXCEÇÃO DA INDÚSTRIA AUTOMOTIVA NO REINO UNIDO.

 

Para fornecer às empresas uma visão mais completa e aprofundada dos riscos no mundo, a Coface analisa o risco de crédito de 13 setores de atividade em 24 países, representando quase 85% do PIB mundial.

 

O ano 2018 inicia com a revisão das avaliações de 18 sectores de atividades, dos quais 15 são positivos. O setor metalúrgico foi o que apresentou as melhores notícias, como resultado do aumento dos preços do metal. O risco já não é considerado “muito elevado” mas sim “elevado” naItália, na Índia e na Turquia, e “médio” nos Países Baixos. O setor energético está se recuperando noCanadá (atualmente “risco elevado”) e nos Estados Unidos (“risco médio”), em linha com o aumento da produção e dos preços. NaFrança, a avaliação do setor de construção foi revista pela segunda vez em nove meses e é, atualmente, de “risco baixo”.

 

A indústria automotivano Reino Unido evolui de forma contrária ao resto da Europa Ocidental. Os primeiros sinais adversos do risco de um futuro “hard Brexit”: a diminuição do investimento, da produção e das vendas, causada pela deterioração da confiança dos consumidores e dos investidores, explicam a degradação do setor para “risco elevado”.

 

 

 

 

 

A Avaliação de Risco País da Coface (160 países) é feita numa escala de oito níveis, por ordem ascendente de risco: A1 (risco muito baixo), A2 (risco baixo), A3 (risco bastante aceitável), A4 (risco aceitável), B (risco significativo), C (risco elevado), D (risco muito elevado) e E (risco extremo).
A Avaliação de Risco Setorial da Coface (13 setores em 6 regiões geográficas, 24 países que representam quase 85% do PIB mundial) é feita numa escala de quatro níveis: risco baixo, risco médio, risco elevado e risco muito elevado.
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