Notícias & Publicações
2022/17/02
Publicações Económicas

Barômetro Risco País e Setorial - 4° trimestre 2021

Barômetro Risco País e Setorial - 4° trimestre 2021

Dois anos após o início da pandemia, a economia global continua a apresentar sinais de recuperação, mas ainda enfrenta desafios significativos. Após um período relativamente calmo no terceiro trimestre, o surgimento da variante Ômicron sua rápida disseminação em todas as regiões do mundo evidenciaram a imprevisibilidade da pandemia, apesar do progresso na vacinação. Consequentemente, a crise sanitária exigiu mais uma vez a implementação de novas restrições neste inverno na maioria dos países. Apesar de alguns países europeus terem decretado lockdowns parciais, as medidas gerais foram muito menos rigorosas na maioria dos países do que nas ondas anteriores. Como resultado, os impactos diretos nas economias estão se tornando menos significativos a cada nova onda, embora as consequências permaneçam particularmente negativas para setores diretamente afetados, como transporte aéreo, turismo, hotelaria e restaurantes. Ou seja, o mundo aprendeu a conviver com a pandemia.

Ainda assim, essa nova onda potencializou um dos principais fatores que afetam a recuperação global: as interrupções nas cadeias de suprimentos. Depois de impactar inicialmente a indústria automotiva, as complicações nas cadeias de suprimento passaram a afetar a maioria dos setores de manufatura e construção, permanecendo particularmente críticas no início de 2022. Embora a retomada à normalidade não possa ser prevista com exatidão, parece que o consenso – que compartilhamos até muito recentemente – de uma flexibilização gradativa a partir do primeiro semestre pode ser muito otimista: provavelmente as interrupções nas cadeias de suprimentos não serão resolvidas até o próximo verão, mesmo que os efeitos da pandemia diminuam com o retorno dos dias ensolarados. Portanto, o outro grande risco apontado em nosso Barômetro¹ anterior, ou seja, uma alta da inflação, também está se tornando cada vez mais significativa, especialmente porque a alta dos preços das commodities, impulsionada pela inércia de curto prazo da oferta e tensões geopolíticas, ficou acima do esperado. Ainda sustentada pelos preços da energia, a inflação agora se mantém devido aos preços de manufatura em muitas economias (avançadas), já que as empresas repassam os aumentos dos custos de produção para os preços ao consumidor. No entanto, é importante ressaltar que a dinâmica da inflação não é uniforme entre os países: embora o núcleo da inflação seja muito alto nos Estados Unidos e no Reino Unido, ela permanece contida na maioria dos países da Zona do Euro, onde as pressões inflacionárias continuam, em média, bem moderadas. Essa semelhança resulta em políticas monetárias divergentes entre os dois lados do Atlântico (e o Canal!), o que já está afetando consideravelmente os mercados financeiros e provavelmente afetará ainda mais os fluxos de capitais internacionais. Como resultado, embora o Banco Central Europeu tenha adotado uma postura de cautela e anunciado que suas aquisições de ativos não serão interrompidas no futuro próximo, o Banco da Inglaterra já aumentou as taxas em dezembro. Surpreendido pelo recente aumento da inflação e sendo responsabilizado pela maioria dos observadores por estar atrás da curva, o Banco central americano mudou sua posição e deu a entender que um aumento da taxa é iminente, com mais por vir ao longo do ano, levando ao aperto monetário em alguns países emergentes, especialmente aqueles que enfrentam pressões negativas sobre sua taxa de câmbio e necessidades significativas de financiamento externo. A China desponta como exceção neste contexto, já que as autoridades públicas decidiram flexibilizar a política monetária para dar algum fôlego ao setor imobiliário e estabilizar sua economia, cuja desaceleração pode gerar alguns desafios.

No quarto trimestre de 2021, em vista do ambiente altamente incerto, a Coface fez poucas alterações nas suas avaliações de risco após as ondas de melhora nos trimestres anteriores. No total, quatro avaliações de risco-país foram melhoradas, incluindo a Dinamarca (A1), e duas foram rebaixadas. Em termos de riscos setoriais, a Coface melhorou doze avaliações, sobretudo nas indústrias do papel e da madeira, onde os preços se mantêm em alta, e fez cinco rebaixamentos, principalmente no setor de energia na Europa, onde os fornecedores foram altamente afetados pelo aumento dos preços.

 

 

 

Transferir esta publicação : Barômetro Risco País e Setorial - 4° trimestre 2021 (6,20 MB)

Contacto


Brazil

Carolina ALMEIDA
Tel: +55 115509-8521
Email: carolina.almeida@coface.com

Início