Pesquisa de Pagamentos das empresas no Brasil

Pagamentos corporativos não são imunes ao cenário econômico sombrio.
Atualmente, as empresas brasileiras se deparam com um ambiente desafiador. O PIB sofreu uma contração acumulada estimada em 7,4% durante o período de 2015 e 2016. As condições de crédito deterioraram, em um cenário onde a oferta ficou mais restrita e a taxa de juros mais alta (tendência finalmente começou a ser revertida em outubro de 2016). Além disso, a Operação Lava-Jato — a maior e mais longa investigação de corrupção já feita pela Polícia Federal brasileira — teve um papel importante na situação econômica do país. Ela não só influenciou o desempenho de grandes conglomerados envolvidos no escândalo, como também impactou a atuação de empresas que dependem de vendas para os grupos sob investigação. O ano de 2017 está só começando, e a previsão do PIB deste ano não é promissora. Embora a economia deva sair da recessão, o crescimento deve ser limitado a 0,4%.
O ambiente econômico desafiador ofuscou o comportamento de pagamentos das empresas. Nosso estudo sobre pagamentos revelou que, em 2015, 75% das empresas entrevistadas receberam de seus clientes solicitações de prorrogação de pagamento. Além disso, a maioria (58%) dos entrevistados notou um aumento em suas taxas de inadimplência em 2015, em comparação com 2014. O resultado para 2016 foi mais dividido. De acordo com a pesquisa para 46 % das empresas a experiência de pagamentos em 2016 sofreu uma deterioração, em comparação ao ano anterior. A mesma porcentagem informou que a situação se manteve estável em 2016, enquanto uma minoria de 8% notou melhorias.